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Foto do escritorAndre Perim

U.T.I. (parte 2)

Atualizado: 11 de mar. de 2020


Fiquei internado na Clínica São José, Um hospital de altíssimo nível administrado por religiosos. De certa forma sempre estive relacionado com a espiritualidade,

mas nunca pertenci à nenhuma religião. Se tivesse que escolher uma palavra que definisse minha condição religiosa seria mistureba. Estudei em Colégio de freira,

de padre faculdade católica, fiz tratamento espírita, iniciação budista, frequentei o candomblé (mais pela curiosidade musical) e umas outras coisas que até hoje

não sei muito bem o que era. No primeiro dia da minha internação foi oferecido um acompanhamento espiritual no hospital que eu recusei.

Tinha um pouco de receio de ser alguma coisa ostensiva demais, mas durante o ano todo tive vários apoios espirituais imprescendíveis e inestimáveis de amigos

próximos e distantes. Na verdade se formou uma corrente de oração muito forte que serei muito grato pelo resto da vida. Teve de tudo. Todos os tipos de credos:

Católicos, Evangélicos, Budistas, Candomblé, Johrei, e uma quantidade variadíssima de tratamentos espirituais. Dentro dessas teve uma bem engraçada.

Bem, pelo menos hoje me parece engraçado.Na época, no entanto foi bem estranha. Estava ainda na U.T.I., meio dopado e um dia, não tenho certeza se já estava

acordado ou acordei nesse momento, o fato é quando dei por mim tinha um padre na minha frente rezando. Apesar de eu ainda ter uma certa dificuldade de concentração

e me cansar rápido, sempre gostava da fala dos padres desde que fossem breves. Quando comecei a perceber o conteúdo da fala fiquei um pouco curioso. O padre falava

e deixar uma vida de pecados para trás e abrir o coração para um mundo novo. Comecei a ver lá no fundo uns médicos com um certo olhar de reprovação. A ficha começou a cair. Estava recebendo a extrema unção.


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I was admitted to Clínica São José, a top level hospital runned by religious. In a way I have always been related to spirituality, but I never belonged to any religion. If I had to define my religious condition, it would be a mixture. I studied at religious scholls, at a Catholic college , I went through spiritual treatment, Buddhist initiation, I attended candomblé (more for musical curiosity) and some other things that up to now I don't really know what it was. On the first day of my hospitalization, spiritual support was offered at the hospital, which I refused.

I was a little afraid of being too ostentatious, but throughout the year I had several invaluable spiritual supports from friends near and far. In fact, a very strong prayer chain has formed that I will be very grateful for the rest of my life. It had everything. All kinds of creeds: Catholics, Evangelicals, Buddhists, Candomblé, Johrei, and a wide variety of spiritual treatments. Within these there was a very funny one.

Well, at least today it seems funny. At the time, however, it was very strange. I was still in the U.T.I., almost doped and one day, (I'm not sure if I was already awake at that moment) I realized I had a priest in front of me praying. Although I still have some difficulty concentrating and getting tired quickly, I always liked the speech of the priests as long as they were brief. When I started to understand the content of the speech I was a little curious. The priest told me to leave behind a life made of sins and open my heart to a new world. I started to see doctors in the background with a certain disapproving look. I started to get the message. I was receiving the last rites.


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"I.D." is my new multi-media project and will have its debut at FILE-SP


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