INFOTOXICAÇÃO, UM NEOLOGISMO EM DEBATE
14.05.2011 (Fernando Gabeira)
O que acontece quando recebemos mais informações do que podemos processar, com consequências negativas para nosso equilíbrio mental? O diário espanhol El País apresenta hoje um interessante debate o sobre tema e revela o neologismo que está sendo usado pelos estudiosos: infotoxicacão.
Fundador de uma consultoria que estuda a nova tendência, o físico Alfonso Cornella, criou uma outra expressão: infonomia para mesclar a informação e intoxicação.
Os dados são assustadores. Calculam os espanhóis que, entre o início da fala humana até 2003, foram criados cinco exabytes (bilhões de megabytes de informação). No entanto, no mundo de hoje, esta mesma quantidade de informação é criada num espaço de dois dias.
Não tenho elementos para checar esses dados. Posso apenas concordar com a ideia geral. No princípio do século XIX não eram muitos os que escreviam textos; no princípio do século XX pouquíssimos tiravam fotos. Esse processo foi radicalmente alterado.
Os números que apresentam para a Espanha indicam a média de 23 mensagens de correio por pessoa. Cerca de 37 por cento dos espanhóis se conectam entre 10 e 30 horas por semana. O tempo dedicado aos aparatos eletrônicos dobrou de 1987 para cá, as interacões cara a cara declinaram de cinco para duas horas por semana.
Criador do conceito de Síndrome da Fadiga Informativa, David Lewis, autor do texto Morrendo pela Informação? produzido para a agência Reuters, afirma que o excesso de informação paralisa a capacidade análitica e aumenta dúvidas e ansiedades.
Nem todas as opiniões, no entanto, coincidem. Enquanto alguns como Nicholas Carr afirmam que a internet está tornando as pessoas mais superficiais, outros defendem o contrário. A internet está ampliando o conhecimento (caso dos povos árabes) e impulsionando o progresso em todos os níveis.
Os defensores dessa idéia argumentam que o avanço técnico depende de adaptações. Era comum um pai perguntar ao filho como pode estar lendo alguma coisa e ouvindo música ao mesmo tempo .
Com os games e todas as possibilidades do computador, as pessoas estão cada vez mais realizando multitarefas. Nessa concepcão, os games frenéticos não significam perda de tempo mas preparação para outro tipo de aprendizagem.
Independente das opiniões divergentes, todos concordam que, de vez em quando, é preciso desconectar-se, desligar a televisão e dar um passeio. E que nos momentos de conexão é preciso estabelecer prioridades.
Em 1550, o teólogo Juan Calvino dizia que havia tantos livros publicados que não tinha tempo nem de ler seus títulos. O que não diria hoje?
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INFOTOXICATION, A NEOLOGISM IN DEBATE
14.05.2011 (Fernando Gabeira)
What happens when we receive more information than we can process, with negative consequences for our mental balance? The Spanish daily El País today presents an interesting debate on the subject and reveals the neologism that is being used by scholars: infotoxication.
Founder of a consultancy that studies the new trend, the physicist Alfonso Cornella, created another expression: infonomy to merge information and intoxication.
The data is scary. The Spaniards calculate that, between the beginning of human speech until 2003, five exabytes (billions of megabytes of information) were created. However, in today's world, this same amount of information is created within two days.
I have no elements to check this data. I can only agree with the general idea. In the early 19th century, not many wrote texts; in the early 20th century, very few took pictures. This process has been radically changed.
The figures for Spain show an average of 23 mail messages per person. About 37 percent of Spaniards connect between 10 and 30 hours a week. Time spent on electronic devices has doubled since 1987, face-to-face interactions have declined from five to two hours a week.
Creator of the concept of Informational Fatigue Syndrome, David Lewis, author of the text Dying for Information? produced for the Reuters agency, says that the excess of information paralyzes the analytical capacity and increases doubts and anxieties.
Not all opinions, however, agree. While some like Nicholas Carr say the internet is making people more superficial, others argue the opposite. The internet is expanding knowledge (the case of the Arab peoples) and driving progress at all levels.
Proponents of this idea argue that technical progress depends on adaptations. It was common for a father to ask his son how he could be reading something and listening to music at the same time.
With games and all the possibilities of the computer, people are increasingly multitasking. In this conception, frantic games do not mean a waste of time but preparation for another type of learning.
Regardless of the divergent opinions, everyone agrees that, from time to time, it is necessary to disconnect, turn off the television and take a walk. And that in moments of connection, it is necessary to establish priorities.
In 1550, theologian Juan Calvino said that there were so many books published that he didn't even have time to read their titles. What wouldn't you say today?
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INFOTOXICATION-
New Wave Movie Festival (Hong Kong-China),
Loading Festival Day (Porto-Portugal),
Refluxo Festival (Goiania-Brazil),
Digital Art Festival (Sofia-Bulgaria),
Forum of Video-Art (Damman-Saudi-Arabia),
Malabo Film and Music Festival (Malabo-Guinea)- 2019.
Toxicity Symposium at the Chitkara Art and Design School (Punjab-India).
Switch Festival (Rotterdam-Netherlands),
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NOTÍCIAS/NEWS
Em breve meus trabalhos estarão expostos no International Film Festival Animation Bushehr no Irã , no projeto Vitrine no Brooklyn em Nova York , VIP Fest na Espanha., e MONSTRA em Portugal1
Soon,my works will be screened at the International Film Festival Animation Bushehr at
Iran , Vitrine Project at the Brooklyn (New York,) VIP Fest in Spain and MONSTRA in Portugal!
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